Futebol também é paixão feminina. URC ganha novo time de mulheres

Futebol de salão e socity são modalidades tradicionais já ofertadas no União Recanto Clube (URC) pela Escolinha Allan´s. Disso, todos já sabem. Mas a novidade é que iniciou-se um movimento feminino de futebol  e a hegemonia masculina no esporte agora está com seus dias contados.

Beatriz é a personificação da força feminina. Atraiu todas as outras mulheres para o time.

Tudo começou com jovens moças apaixonadas pelo futebol.  Beatriz Leonardi, de apenas 15 anos, estudante, já conhecia o terinador “Japão” da Escolinha Allan´s. Há alguns anos, Beatriz era a única menina de um time de futebol masculino coordenado por Japão. Deu certo, mas precisou sair do time, pois não conseguiu conciliar o horário com os estudos. No entanto, neste ano, procurou o treinador dizendo que não aquentava mais ficar longe do esporte e sugeriu o time feminino.

A ideia de uma esquipe feminina sempre pairou pela cabeça de Japão e também era uma proposta da Diretoria do Clube. Mas o projeto nunca vingou. Precisou da força interna e vontade inabalável de Beatriz para que a ideia se concretizasse. Beatriz mobilizou sete meninas da escola e uma foi chamando outras. Com a divulgação nas redes sociais, o número de adeptas triplicou. Hoje, o treino conta com mais de 20 meninas, em um mês de treino. “Esse projeto está fazendo muito bem para mim e para todas. Eu acho que vamos evoluir juntas e a meta é poder participar de campeonatos, festivais”, conta Beatriz, que desde pequena diz que sempre gostou de chutar bola com o irmão. Ela também tentava jogar na escola quando mais nova e desabafa: “era meio complicado jogar na escola porque a maioria das meninas não gostava e achava que era coisa de menino. Mas hoje pelo menos o meu grupo de amigas começou a desconstruir um pouco essa ideia, que é machista, né?”

Karina também participa do time “chuteiras furadas”

Karina Martins Aleixo, de 23 anos, soube do novo time feminino pelo facebook. Karina, atualmente, trabalha com eventos para crianças e também sempre foi apaixonada pelo futebol: “apesar de não ser um esporte difundido para as mulheres, creio eu porque ainda exista muito preconceito”. Karina também não é “crua” no esporte. Entrou para o time feminino do seu antigo trabalho, em uma empresa de turismo, e se dedica àte hoje à equipe composta por mulheres mais velhas, fato este que inspirou o nome do time: “chuteiras furadas”. Karina acha que muitas mulheres estão enrustidas. Gostam de futebol, mas têm medo, vergonha e falta de coragem para encarar o esporte.

Lilica joga desde os 15 anos e já ganhou campeonatos nessa ocasião

“Lilica” é funcionária do URC. Trabalha como auxiliar administrativa da secretaria do Clube.  Eliane de fátima Freitas, 40 anos, sempre nutriu consideração e carinho por todas as atividades do clube que ela mesma ajuda a divulgar. Mas o futebol é o esporte que sempre fez parte da vida dela e é por isso que não pensou duas vezes para fazer parte desse novo projeto que por natureza já é cheio de força criativa, fruto da união entre meninas e mulheres jogadoras de futebol. “Lilica” começou a treinar com 15 anos e lembra da época com muito entusiamo. Segundo a auxiliar administrativo, seu time fez muitos jogos importantes: “lembro que um foi beneficente e ganhamos o campeonato para ajudar uma creche e um asilo. Nunca esquecerei”. Saudosa, ela se diz feliz com o incentivo do professor japão, da gerência e da diretoria do clube. “Lilica” também compartilha da ideia de que o time irá crescer e render frutos: “Essas atletas irão longe porque são muito dedicadas. Espero que nosso time feminino permaneça com garra rumo a muitas vitórias”.

O treinador Japão está empolgado com a nova conquista e avisa que neste mês de dezembro não serão cobrados investimentos pelos treinos . Esse é um incentivo importante, segundo ele, para dar a oportunidade de mais mulheres poderem descobrir seus talentos para o futebol.

Os treinos acontecem todas as terças e quintas, das 18hs às 19hs, no Ginásio Esportivo do URC. Rua Carmésia, 400, bairro Santa inês.